quinta-feira, 24 de julho de 2008

Auschwitz - Parte 2

Histórias relatadas por quem experienciou na1ª pessoa alguns dos crimes que foram cometidos no campo de concentração...



uma visão do campo de Birkenau, o maior campo de exterminação



- prisioneiros eram obrigados a assistir à cremação de corpos no campo. Os próprios prisioneiros eram responsáveis pelo transporte de corpos desde as câmaras de gaz até ao recinto aberto, perplexos frequentemente viam membros das suas famílias de entre os milhares de corpos estendidos.



- Diariamente eram assassinadas mais de cem pessoas a tiro. Colocadas em filas, junto a valas abertas já repletas de corpos, eram mortas a tiro e os seus corpos instantaneamente atirados para a vala. De entre as várias pessoas que foram mortas, o caso de uma vítima é especial... Uma jovem mulher foi somente ferida na perna mas o seu corpo caiu também para a vala, onde permaneceu inconsciente em cima de muitos outros corpos já sem vida. Porque era noite, as SS retiraram-se do local, e quando a jovem judia acordou, conseguiu escapar até à sua barraca...os prisioneiros ficaram incrédulos com a sua história.

- havia muitos políticos presos, apenas por serem contra Hitler e os seus ideais. Eram severamente castigados no campo, turturados constantemente.
Frequentemente eram colocados em salas divididas em quadrados com muros de tijolo, onde cabiam à volta de 4 pessoas...só que em vez de 4 pessoas eles colocavam 8 ou mais, de forma a que não tivessem espaço para se sentarem...durante as próximas 12 horas em que permaneceriam lá. Esta tortura durava por vezes 4, 5 noites...e todos os dias de manhã os prisioneiros teriam de voltar ao trabalho, mesmo após terem estado toda a noite de pé, noite após noite após noite.

Por serem alvo de humilhações em público e de torturas diárias muitos foram aqueles que quiseram escapar ( 802 pessoas escaparam, maioritariamente Polacos - 757 homens e 45 mulheres. Apenas 144 tiveram exito, 327 foram apanhados e muitos outros mortos).

Sempre que um prisioneiro escapava, todo o campo era chamado para a contagem, por vezes permaneciam 12 horas de pé, com mais de 20 graus negativos, chuva, vento e neve. Qualquer prisioneiro apanhado em fuga era morto, mas sempre que isto acontecia, o preço era pago também pelos 10 ou 12 prisioneiros que trabalhassem com o fugitivo nos campos de trabalho...eram mortos enforcados, para dar o exemplo!!

- Vulgarmente os polacos civis que viviam na cidade de Auschwitz e trabalhavam nas fábricas ou campos de trabalho, ajudavam à fuga de muitos prisioneiros. Sempre que tal era conseguido, as SS faziam buscas para encontrar quer o prisioneiro fugitivo quer o civil que o ajudou a fugir...se não encontrassem o civil, prendiam toda a sua família até ele aparecer. Quando finalmente aparecia, era morto no campo, para dar o exemplo! A sua família era libertada.

- No Verão as barracas onde dormiam os prisioneiros, atingiam muitas vezes mais de 40ºC... e com todas as doenças e falta de higiene o mau cheiro apoderava-se, trazendo com ele milhares e milhares de insectos que se instalavam por baixo das mantas que cobriam os finos colchões de cada "cama". A praga era de tal dimensão, que as mantas mexiam-se a olho nú derivado à quantidade de insectos que permanecia por baixo delas.

- Auschwitz tinha capacidade para instalar 10 mil prisioneiros no início da guerra...todos os outros campos juntos acomodavam 25 mil pessoas. Em 1943 Auschwitz era já conhecido como o campo de exterminação, onde o objectivo era matar. Comboios e comboios com milhares de pessoas eram levados de muitos campos de concentração e fábricas de trabalho para lá. Já não era feita qualquer selecção e por isso todas as pessoas iam para as câmaras de gaz. Como essas casas eram muito pequenas não suportavam de uma só vez as milhares de pessoas que viajaram juntas.

Assim, foram construídas barracas em frente a essas câmaras, onde os prisioneiros esperavam dias e dias para morrer. De hora em hora eram levados dessas barracas centenas de pessoas para a morte. Os que ainda ficavam à espera, podiam ver os seus destinos crueis por entre as janelas, ouviam os gritos das vítimas e o silencio ensurdecedor apenas após alguns breves minutos. Viam carrinhos de mão a sairem com os corpos e serem levados para os crematórios. Diz-se que foi o acto mais cruel cometido nos campos de concentração...não me custa a acreditar!

- Porque o desespero era muito, apesar das poesias que os prisioneiros criavam, das musicas que inventavam e das orações que rezavam, por forma a esquecer a realidade dura que os rodeava... muitos foram os que tentaram o suicídio...atirando-se contra as vedações que envolviam o campo e que os electrocutava de forma instantanea


Fim da 2ª parte

1 comentário:

Anónimo disse...

Infelizmente a História está repleta de horrores infligidos ao ser humano,por outros supostamente
também humanos....e pelas razões mais absurdas!
Louvo a coragem de uma nação, pelo facto de preservar e não ter eliminado(na totalidade)as provas documentais e fisicas de tão macabro genocídio, ainda que cometido por um dos seus filhos.
Que a constactação in loco daquilo que foi real, sirva para construir no futuro da humanidade uma história mais fraterna.
Miljinhos